11 meses di incêndio na Kiss

Mãe de vítima da tragédia conta com apoio de familiares para seguir em frente

Marilice Daronco

As maquiagens ainda estão no banheiro. No quarto, os perfumes e cremes que ficaram nos frascos. A cama segue arrumada e, sobre ela, está um coração de pelúcia que Clarice Izabel Simões Côrte Real, 47 anos, deu à filha Carolina Simões Côrte Real, 18, vítima da Kiss.

Contrariando quem a aconselhou a se mudar da casa onde morava com a filha mais nova _ Clarice tem um filho de 29 anos que não vive mais com ela _, a cozinheira aposentada decidiu permanecer no lar onde Carol, como a jovem era conhecida, cresceu. As lembranças estão por toda parte, mas a mãe da vítima da tragédia ainda criou um cantinho no qual distribuiu fotografias e objetos pessoais de Carolina.
_ Se eu saísse dessa casa, acho que o vazio seria ainda maior. Quando estou mal, entro no quarto dela, sinto o cheirinho que ficou nas roupas e me sinto melhor _ comenta Clarice, que é viúva há 13 anos.

Ela conta que se permite sorrir, mas que ainda não conseguiu sentir nenhum momento de felicidade plena.
_ A cada dia que acordo, sinto a falta que ela me faz. Penso no sucesso que ela teria, porque era competitiva, determinada, ia se formar em Tecnologia dos Alimentos no ano que vem _ comenta Clarice.

Em sua caminhada, a mãe de Carolina conta com apoios importantes, entre eles o da sogra, Maria Isolina Côrte Real, 70 anos, e o da cunhada, Sonia Côrte Real, 50.
_ Somos muito unidos. É quase um clã _ diz Sonia.

A mãe de Carolina tentou participar de sessões em que outros pais de vítimas dividiam suas experiências.
_ Não consegui. O sofrimento dos outros pais mexia muito comigo, não me fazia bem _ comenta ela.

Clarice lembra que, todos os anos, a família costuma se reunir para as festas de fim de ano. Em 2012, foi diferente, a jovem pediu que ela e a mãe ficassem em casa. As duas comemoraram sozinhas.
_ Considero que foi uma espécie de despedida entre nós duas. Desde a tragédia, para mim, é como se fosse o primeiro dia. Mas estou fazendo o que posso para viver. Tenho outro filho, um neto, uma família que me ama e precisa de mim _ comenta Clarice.

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